Tenho faca na liga vim no embalo da vida Há quem crie e quem siga, eu tenho o destino traçado Armada até aos dentes, acordei os mais descrentes Não há perigo equivalente a uma mulher que cante o fado Faço a mantras das mágoas, venho a pé, separo as águas Faço a tremer as pedras do chão Não me peças para ter calma se o peso todo da alma Se não for cantado escapa-me da mão Ai, avisa que eu cheguei, invadi a cidade Descalça pela rua, eu pus-me à vontade Canto bem alto para quem vier Ai, avisa que eu cheguei, invadi a cidade Para lhes mostrar porque é que toda a tempestade Tem nome de mulher Sou filha da minha mãe que era filha da mãe dela Alguém que nasceu de alguém, nunca sonhei ser uma estrela Mas o céu fica-me bem, quem me viu no alto erguida Diz que sou nome de rua, sou nome de avenida Deixa-me cantar, anunciar a alvorada Ainda não dormi, veio a noite e eu acordada Que vir aquilo que eu vi nunca mais dorme descansada A que voz que veio antes de mim Não vive mais amordaçada Ai, avisa que eu cheguei, invadi a cidade Descalça pela rua, eu pus-me à vontade Canto bem alto para quem vier Ai, avisa que eu cheguei, invadi a cidade Para lhes mostrar porque é que toda a tempestade Tem nome de mulher Para lhes mostrar porque é que toda a tempestade Tem nome de mulher