Dos poemas que escrevi Por meio da inspiração Este é o mais comovente Porque tem a narração De um dos casos mais tristes Que já se viu no sertão Trata-se de uma menina De uma beleza extrema De quatro anos de idade Com quem se deu o problema E tornou-se a central figura Das emoções do poema Edinete era seu nome Que lembramos com pesares Filha de Rita Alzira E Expedito Soares Casal pobre, mas bem quisto Com todos familiares No município riacho Dos cavalos terra amena No sertão paraibano Há um dos pais da pequena Mora e ainda hoje E lamenta a triste cena 27 de novembro do ano 76 Pelas três horas da tarde Ou pouco antes talvez Os pais de Edinete A viram viva pela última vez Pois a criança brincando No pátio da moradia Se entretendo com árvores Ou com animais que a via E aos poucos entrou no mato Sem saber pra onde ia Quando a mamãe sentiu falta Da sua filha querida Chamou-a diversas vezes Já bastante comovida Aí notou que a criança Já se achava perdida Alarmou pra vizinhança E começou a chegar gente Pra procurar a criança Todos apressadamente Anoiteceu e ninguém Encontrou a inocente E assim passaram três dias Procurando sem parar De 80 a 100 pessoas Podia se calcular Todos a sua procura Mas ninguém pode encontrar Na manhã do dia 30 Já todos sem esperança No lugar serra dos bois Num talhado que se avança Neste local esquisito Acharam morta a criança Morreu de fome e de sede Em situação singela Mais ou menos 6 quilômetros Do local pra casa dela As folhas foram seu leito E a lua serviu de vela Quando espalhou-se a notícia Que a menina faleceu Foi muita gente ao local Aonde a morte a venceu Vão fazer uma igrejinha No canto que ela morreu Todos seus irmãos lamentam Os pais lamentam também Chorou toda vizinhança Porque lhe queria bem E Deus aumentou a conta Dos muitos anjos que tem E Deus aumentou a conta Dos muitos anjos que tem