Quando os poetas estiverem todos mortos O som da última viola se calar A esperança e alegria desse povo Que sofre tanto, quem será que vai cantar? Até a Lua irá ficar no esquecimento Ao ver os cantos dos jardins sem ter ninguém Só o silêncio pousará em cada leito Os sentimentos, morrerão dentro do peito Será o tempo do amor morrer também Por mais que tenha flor no campo e luz no céu Nenhum poema poderá acontecer Sem um poeta, uma canção ou um conteio Não vale à pena nem sonhar pra se viver Quando o crepúsculo não tiver mais poesia Os horizontes mostrarão sua tristeza Uma viola de gemer seja onde for E Deus virá em lugar de um cantador Só pra chorar no funeral da natureza Talvez um dia as multidões entristecidas Escutem vozes reclamando a solidão Serão as almas dos poetas que se foram Preludiando lá no céu uma canção O que será da madrugada e dos boêmios? Se não houver em parte alguma um trovador Quando a saudade incomodar os namorados Não sei aonde nem por quem serão cantado Os últimos versos da canção de um grande amor O que será da madrugada e dos boêmios? Se não houver em parte alguma um trovador Quando a saudade incomodar os namorados Não sei aonde nem por quem serão cantado Os últimos versos da canção de um grande amor