Como Elísio Félix, Canhotinho da Paraíba Em defesa da raça negra Quando era injusto o Brasil Aos pretos escravizaram O choro dos filhos brancos As mães pretas consolram E o leite dos filhos pretos Os filhos brancos mamaram Quando o general Mascarenhas de Morais voltou da guerra com os nossos pracinhas O piauiense Domingos da Fonseca foi ao Rio de Janeiro homenageá-lo com esse repente Na frente de um pelotão Quando um soldado pendia O Brasil se enlutava E Mascarenhas dizia Geme Brasil que eu garanto Vingar teu gemido um dia' Poeta sonhador Somente a grandeza da mãe natureza Te fez cantador Lourival Batista, mestre Louro do Pajeú Eu não sei como suportei Na vida tantas revoltas Prazer por que não me prendes? Mágoa por que não me soltas? Presente por que não foges? Passado por que não voltas? Pinto do Monteiro, a serpente do Cariri Essa palavra saudades Conheço desde criança Saudade de amor ausente Não é saudade é lembrança Saudade só é saudade Quando morre a esperança Poeta sonhador Somente a grandeza da mãe natureza Te fez cantador Hercílio Pinheiro do Rio Grande do Norte Cantando com Dimas Batista Enfrentar meu companheiro Cantando, ninguém se atreve Na hora que ele canta Parece que Deus escreve Com tinta da cor do céu Em papel feito de neve As estrelas são safiras Encravadas no infinito Que a mão do criador Com seu trabalho bendito Deixou do lado de fora Pra o céu ficar mais bonito Poeta sonhador Somente a grandeza da mãe natureza Te fez cantador João Severo de Lima, de Patos da Paraíba Cantou no meu batizado e depois cantando comigo no pé da parede fez essa sextilha Menino eu me lembro a cor Dos teus primeiros lençóis O som da minha viola E o eco da minha voz Estão debaixo das telhas Da casa dos teus avós Do patoense Odilon Nunes de Sá, da Paraíba, para a juventude Admiro a mocidade Não querer envelhecer Velho ninguém ficar Novo ninguém quer morrer Sem ser velho ninguém vive Bom é ser velho e viver Poeta sonhador Somente a grandeza da mãe natureza Te fez cantador E o sertão ainda chora pelos seus poetas: Antônio Marinho, a águia da poesia Jó Patriota, Rogaciano Leite, Zé Bernardino, Zé Gonçalves Severino Ferreira, Antônio Barbosa, Manoel Xudú, Zeca Filó e tantos outros