Roleta russa e pente carregado Na mente guerra de contradição No final tô sempre do meu lado Caranguejo em panela de pressão Aqui baía de todos os santos Quem sou eu sem uma etiqueta? Pouco tempo tudo perde o encanto Fogo amigo Que me habita Fogo amigo Que nos engana Fogo amigo Que dá esperança Corvo canta desafinado O suspiro de uma canção De um povo sempre açoitado Dia morre livre na prisão Voz se cala no calor dos canos Justiça escorre cega na sarjeta História segue com os mesmos donos Fogo amigo Que me habita Fogo amigo Que nos engana Fogo amigo Que dá esperança Legítimo clandestino, sentimental desalmado Violentamente calmo na egoísta caridade Selvagem civilizado, ansiosamente sedado Compaixão indiferente na evitável fatalidade Distribuímos esmolas como santos Mas não queremos que eles tomem a mesa Meus sonhos dormem em desencanto Fogo amigo Que me habita Fogo amigo Que nos engana Fogo amigo Que dá esperança Fogo amigo Morre e mata Fogo amigo Preso na batalha Fogo Amigo Fogo Amigo Fogo Amigo Fogo Amigo Fogo Amigo