Olorum, peço licença para meu barco passar Levando oferendas para Oxum e Iemanjá Soaram os atabaques na alvorada Em Santo Amaro da Purificação Reflexão eu trago a esta avenida Que faz brilhar a minha fantasia Na casa de sapê ilê eruméfá Onde tudo começou, João de Obá plantou A bandeira deu cacho e madurou Levou para o xirê dos orixás Orum falou a digina é nagô e no chão do massapê Sua raiz se espalhou Na sinfonia de aromas na cozinha Vamos celebrar a liberdade e a resistência do povo negro Com os pescadores, marisqueiras e quituteiras No badalar do sino segue a procissão Vou contando em romaria com Nossa Senhora é quem nos guia É magia e cura uma herança milenar O encantamento é o tempero das raças Com a ginga nos pés e o balanço do corpo Hoje a festa é da majestade do samba Me visto com humildade, minha afinidade é com a bateria Sou samba de terreiro e partido alto No morro ou no asfalto sou bamba Sou a estrela maior na concentração Das escolas de samba Tem que ter fé no Axé do Bembé Na Sapucaí o maior candomblé Sou Abraão filho de fé Bem com a Beija-Flor, tomar um banho de axé