Hoje moro na cidade Minha alma é do campo As estrelas no Céu Me lembram Pirilampos Que em noite enluarada Enfeitam o meu pago Sendo uma das lembranças Que desde guri eu trago Saudade Campesina Quando bate é como espora Que corta, sangra e cura Só a cicatriz não vai embora Enquanto cevo um amargo Meu pensamento se distrai Lembro a lavoura e os bichos Que cuidava pro meu pai Do cusco meu amigo Que gostava de atiçá Meu parceiro, sem reserva Nas caçadas de preá Quando ainda mocito De sol a sol trabalhava A enxada e o machado Ferramentas que eu usava Do meu cavalo tordilho Nunca mais esquecerei E das batalhas que travava Com aporreados que montei Do velho fogão de lenha Que minha mãe cozinhava Com um mate sempre novo Ela me esperava Tinha prosa com meus pais Depois ia me deitar Por que ao cantar do galo Já tinha que levantar