Antes de finalizar, espero que você entenda De uma vez por todas que não faz questão de entender Só pra começar, espero que você também perceba Que o mundo gira de algo maior que você Saiba que seu corpo não me diz respeito Mas respeito o seu corpo, então respeite também O meu corpo-templo, meu Se algumas regras do sistema não aceito Então acendo um com ela e vou curtir um vinho E velho bom vinho E assim controlo a pressa alta Vendo essas pessoas que se gritam, que se agridem Se odeiam, se corroem Correm atrás do vil metal escroto Empilhando sonhos de concreto Inventando algumas dores que não doem Saiba que seu templo não me diz respeito Mas respeito o templo, então respeite também O meu templo-corpo, meu Se algumas ordens do sistema eu desobedeço Me deito na grama contemplando Lindo céu azul anil Vou plantar meus sonhos no quintal De olho na erva daninha dos jardins da hipocrisia No seio da família dita tradicional Tem sempre um ou mais bandidos sorrindo na fotografia Me diz, cidadão de bem: O que te faz ser melhor? Quais preconceitos carregas, um preto conservador? Me diz, cidadão de bem: Qual é o seu segredo mais podre? De quantas filhas da pátria você foi abusador? Me diz, cidadão de bem Qual mentira preferida que propagas em nome de Deus? Qual é o preço da sua alma? Calma, cidadão de bem, por que tanto ódio nos olhos vermelhos? Qual teu segredo mais podre? Quantos demônios habitam no fundo do teu espelho? Vou plantar meus sonhos no quintal De olho na erva daninha dos jardins da hipocrisia No seio da família dita tradicional Tem sempre um ou mais bandidos sorrindo Vou plantar meus sonhos no quintal De olho na erva daninha dos jardins da hipocrisia No seio da família dita tradicional Tem sempre um ou mais bandidos sorrindo na fotografia