Por onde estive Não é onde se vive Não é onde se tem paz E onde há paz Não é só o que se faz Mas o que se traz Por onde estive Não há quem vive Apenas quem não sonha mais E se quiser tentar Se quiser parar Melhor nunca ir lá Eu busco o que é eterno Construindo no limite do inferno Lutando pelo que eu quero Sofrendo o que não espero Eu sou a fome no inverno E a sede no deserto O cessar do fôlego e os restos Dos meus próprios méritos Não chores por mim Não, não chores por mim Apenas me odeie Não se importe Não chores por mim Não chore por mim Não chore por mim A verdade é que eu já te deixei Quando te beijei Porque eu vou, porque eu vou Sem escada Porque vou, porque vou Sem nada Onde nasci Onde cresci Não lembro mais E se eu lembrar Vou sepultar Deixar pra trás O que se finge É o teu requinte De coisas más O que é perdoar? O que é acreditar Que tudo vai mudar? Sem pele em mais um inverno Sangrando em tormento eterno Por algo que desprezo Que não quero Eu sou o antídoto do remédio E o sono do teu tédio O cessar do fôlego e os restos Dos meus méritos Não minta pra mim Não minta por mim Apenas me odeie Mas nunca minta por mim Não minta por mim Não minta pra mim Apenas me odeie Mas não ouse mentir Porque sou, porque sou Sua escada Porque sou, porque eu sou Sua falha