Quando eu era virgem E não ouvia soluços de pátrias e mães ultrajadas Quando a ignorância era minha cultura E os meus olhos fechados ao existencialismo de viver E os erros normais Quando a bruma da paixão não era sentimento nem horror Era feliz E percebi que não vivi. A faca perfurou o peito da mentira Fazendo-me morrer de incerteza E o suicídio do amor Fez-me sentir que a vida é uma eterna busca de morte, de morte. Quando eu queria a mísera sabedoria da infância Me foi dada a grande incerteza da adolescência E a descrença da maturidade... Mas na origem vi o mundo de mãos dadas Sem ranhuras Embora com gritos abafados E a tentativa de querer que os fatos fossem reais E o coração sangrando de dor...