Quero mais dálias no vergel de lá Menos medalhas pra se conquistar Prosseguir com pés no chão, coração, água e fé Me jogar nas águas, me perder de mim, sair de mim, mudar de mim, mover de mim Pelo ar, voar! Ver com seu olhar Pássaro raro a imaginar Quero ser brasa e me evaporar Mesmo que preso ao corpo, levitar, transmutar Me despir de máscaras, fórmulas, lógicas Transformar a história do tempo de mim, vazio em mim, dentro de mim, entregue ao vento Pelo ar, voar! Ver com o seu olhar Pássaro raro a imaginar Queima os próprios medos E faz do vôo um despertar Nas paisagens além dos olhos, além do corpo, além da luz Nos caminhos, longos passos pelas asas do infinito