Ó vós, que velejais na noite escura Os olhos cegos pela bruma densa E prosseguis por essa treva imensa A tatear nos ermos da amargura Ó vós, arremessados para a altura Na fúria ondeante da amplidão extensa Sem leme, sem velame, sem valença A navegar na turbação mais dura Se a angústia os vossos ânimos abate Enquanto a vaga o vosso casco bate Numa insistência que jamais se cansa Erguei a Deus o vosso olhar salgado E de pronto tereis do vosso lado O Sopro suave de uma brisa mansa