Bendito o amor que em lágrimas salgadas Confessa a culpa por amar tão pouco Em vez de cânticos, um grito rouco Povoa a solidão das madrugadas Bendito o amor que sai pelas estradas Exorbitando os olhos, feito louco E, embora o mundo faça ouvido mouco Convida para as bodas preparadas Bendito o amor liberto da mordaça A semear jardins por onde passa Pequenos grãos em pleno anoitecer Se o amor passar, quando vier a aurora Abra a janela e olhe para fora Eis a esperança pronta a florescer