Das alturas do gólgota rochoso Contemplo o corpo do crucificado Em áspero madeiro bem cravado Na escuridão de um dia tenebroso Chego mais perto, num tremor nervoso Vejo a profunda chaga do seu lado Os pés feridos, punho transpassado Olhar sem brilho, sangue pegajoso Ao servo que morreu como um escravo Arranco de seu corpo cada cravo Tentando amenizar a sua dor Mas no cruzeiro erguido lá no teso O corpo do senhor perdura preso Pois o que o prende à cruz é seu amor