Quando em meio às águas da enchente Em cada um dos olhos a menina quase se afogou Na mágoa, água má me afundava Rouco eu quis gritar, a minha voz falhou No charco profundo eu tentei tomar pé Não deu, faltou fé e o medo chegou Olhei novamente e a cena era outra Agora era um mar, o novo contingente O mar de gente, e eu, só A minha própria gente deu de ombros Me estranhou, desdenhou Na contramão, no contrapé Nadei contra a maré com o coração na mão O coração chegou, quase apanhando, mas ainda batia Qual o quê, ninguém abria! Mas outra vez, mudou, e agora, de vez, mudou, é minha vez! Mudou a minha sorte, meu Deus me segurou Agora quando em vez, aos gritos, adrenalina Dizendo, olha a chuva! Mas é questão de ser Ser ou não serotonina, meu Deus diz, já passou!