Só morre o amor onde jamais viveu Amor feito de sonhos e de ânsia Apoiado na areia da inconstância Moldado em terracota, ou gesso, ou breu Não subsiste o amor no próprio eu Antes, do próprio bem busca distância Para que o amado se projete e alcance a Ilimitada paz que se perdeu O amor deseja O amor sempre trabalha Pois quer amar, o amor, e tece a malha No incansável lavor de tecelão O amor nunca se entrega à própria sorte Por isso dura e vence a própria morte Projetando no eterno o coração