Quando olhar para si mesmo E não vir nada mais Do que um pássaro a esmo; Contra mil vendavais Debatendo-se em penas; Tanta pena de si, Perguntando-se apenas: - Porque foi que eu nasci? Quando a própria certeza Não passar de um talvez; Cada enzima, cada osso, Só um fosso De porquês... E a mais pura beleza For igual aos balões; Cada pelo, cada nervo Um acervo De ilusões; Saiba, nem um cabelo Cairá se não for Sob o vivo desvelo De um Deus Criador. Seu mais lindo poema Se reflete em você. - Filho, venha, não tema; Eu Sou o seu porquê. Você é um manifesto Da verdade vital. Cada nervo, cada pelo Um modelo Original. Você mesmo é um gesto Desmassificador; Cada osso, cada enzima Obra-prima Do Senhor.