Num mundo enquadrado e imposto De máscaras mil de disfarce É tão precioso encontrar-se O olhar transparente num rosto Em tempos de digo, não digo De fala ensaiada e vazia É doce escutar a poesia De lábios honestos e amigos Num clima de gestos tão duros Distantes, mesquinhos, pequenos É terno um semblante sereno Que vem de um espírito puro Que tal desejar doravante A luz de um olhar transparente E a voz que expressa o que sente Num insofismável semblante?