A vida ensina a pôr de lado a pressa Degustar um a um os seus pedaços Desmontar do quebra-cabeça cada peça Dão um nó na língua os largos passos! A morte espera tão calma que depressa A presa caia em seus estreitos laços Como aranha, sobre ela se arremessa E devagar a devora entre seus braços Por isso eu não uso nenhum relógio Mas corro para amar, brincar, domar o tempo Viver, tecer a teia sobre o ócio E empurrar o ponteiro contra o vento Por isso eu nem vou para o escritório E, antes que me surja algum contratempo Vou pregar na vida a placa lento Dizer que agora esse é o meu talento!