A relíquia que trago no meu peito Herdada de uma tia, Patrocínio É o país-Paris onde me deito Sem culpa mas também sem raciocínio O conselheito Acácio bem me disse Nos tempos em que eu era pequenina O Padre Amaro é mau, ai, mas que chatice! Então não pode um padre amar uma menina? E o meu primo, Basílio brasileiro Que foi o pai das minhas sensações E o mandarim correndo o tempo inteiro Num país de rabichos e aldrabões E o meu primo, Basílio brasileiro Que foi o pai das minhas sensações E o mandarim correndo o tempo inteiro Num país de rabichos e aldrabões Carlos da Maia, meu primeiro amor Primeiro livro, meu primeiro beijo As Maias da cidade não dão flor E as maias, é no campo que eu as vejo Ramires duma casa ilustre e vasta Pindericos raminhos da nobreza A terra portuguesa ainda não basta Para as courelas todas da avareza E o Conde de Abrantes parlamento E a Vera Gouvarinho a baronesa Mudam se os tempos mas não muda o vento É sempre rococó à portuguesa E o Conde de Abrantes parlamento E a Vera Gouvarinho a baronesa Mudam se os tempos mas não muda o vento É sempre rococó à portuguesa À cem anos que canto esta canção Sem cabeça porém com coração Porque o país do Eça de Queiroz Ainda é o país O país de todos nós