Mundo não para quando chove Não para quando dorme Não para quando morre Marcha Esquerda volver Direita volver Esquerda volver Tentei me libertar com livros de auto ajuda Fiz mandinga, segui o Buda nesse Deus nos acuda Dor aguda no peito e os defeitos não muda Me protejo sem porte de armas, fé e galhos de arruda Face tão carrancuda, li poemas de Neruda Fui celebrar e me entreguei aos beats de Duda Maldita luta Terapia, sexo, Kama sutra Vem o carma, nós surta Alma da carne não desfruta A vida é curta Um sopro, um soco derruba Caí, levantei e voltei pra labuta A vida é foda, mas o que seria a vida meu truta Ganhar dinheiro, tomar todas até chamar o Juca Não me insulta, isso é tão pouco e quem leva culpa Não pergunta se eu tô bem se a resposta nem te preocupa Eu tive medo do amor, coração vago não aluga Ferida aberta não cura e até carinho machuca, e Saudade vem, bate no peito Pra todos efeitos, o meu choro é raiva Saudade vem, bate no peito Pra todos efeitos, o meu choro é raiva Não é frescura, homem não chora, aprendi na prática Represo dores sem colete, me afogando em lagrimas (ninguém liga) Seja forte, engole o choro Não seja mole ou tu leva um coro Quem vai com ódio pra rua não leva desaforo pra casa Cê quer sorriso aberto, mas vem de porta trancada Cerca elétrica, muro alto e a face assustada No privilégio como se não tivesse tudo de mão beijada (Seja) 10 vez melhor (Seja) 10 vez maior Provar mais de 10 vezes que não tinha BO Contei até 10 quantas vezes desde que era menor Me perguntavam: E aí, cê tem paranga de dez ou de pó? Todo mundo é igual perante a morte, talvez Mas a morte veste cinza e age acima da lei Quantos amigos velei? Nem dá pra contar nos dedos Que, mesmo sem dever nada, os homi sentaram o dedo Hoje revelei fotos que revelaram-me fatos Quantos ainda vivo nesse porta-retratos? Saudades Amigos que se foram sem deixar vestígios Sempre confundidos, mortos por bandidos de farda Amigos que se foram sem deixar vestígios Meninos tão lindos, anjo em tom retinto nos guardam