Dentro da panela o feijão Em cima da mesa o prato Todos com o garfo na mão E o paladar ativado Cheiro de quitutes no ar Muita animação pro jantar Noite serena na rua e no lar Muita animação pro jantar Momento capital na vida dos povos civilizados Em que o estomago será depositário da maior dádiva da terra Da oferenda da terra Do produto do trabalho, tudo via supermercado A vida em forma de enlatados Embrulhadinhos um a um, sem nenhum contato manual Garantia absoluta Momento em que a cabeça para E o braço sobe e desce E no mundo inteiro estômagos se enchem e como que paira a paz E depois, por toda a terra Gatos, cachorros, porcos receberão os restos Enquanto a televisão já começa a espicaçar Em antigozo, o apetite de amanhã Chora poeta kalil gibran Quem te mandou inventar Que o medo da necessidade é a própria necessidade? Que o medo da sede é a própria sede? É a própria sede? Bom mesmo é arroz integral Salpicado com pouco gersal A esperança do vivere parvo E a presença de Deus a soar Bom mesmo é ficar meditando Na virtude do não possui Vendo a terra seguir seu caminho, constante, fiel Pelas sendas tranquilas do céu