Yung Phantom, O Homem Morto Uma máscara e espelhos, uma vida vazia Vivos as mesmas coisas sempre, esse é meu dia a dia Eu me olho no espelho e sinto a agonia De perceber que eu sou vazio, e disso eu sabia Sempre perdido na minha mente, mas que ironia Entre linhas e os blunts, vem a calmaria O silêncio venenoso ainda me mata um dia No futuro, desespero é o que me esperaria No quarto escuro, me prendo pelo pescoço A carne podre nunca solta do meu osso A bala na boca deixa amargo o gosto No espelho, não reconheço seu rosto Meu silêncio mata a morte sem esforço Eu tô perdido entre as paredes desse poço Mantenho as visões desse meu mundo fosco Mascarado com a agulha no meu rosto Implorei ao ceifador pra que Levasse minha alma pra longe daqui Ele nunca me escutou Então levei a alma dele e o Ruby comemorou Canção dos mortos na caixa da bailarina Entupindo minhas veias, heroína Já não falei pra parar com a cocaína Ainda espero ela com a nicotina Renegado nunca volta pra sua vila Vem aos montes, corpos sempre fazem fila É uma bela visão de um mundo torto Esse é o único poema do homem morto Dedos se contorcem no frio, com a hipotermia Sempre andando no vazio, 0 companhia Recém chegado no abismo, mas que cortesia Me lembro daquela visão que ela sempre vestia Serpentes silvam, anjos choram quando chega a hora Perdido com a minha sombra, não vou ver a aurora O sangue flui, o mofo corre quando o rosto cora Nunca vai ser nesse detalhe onde o diabo mora Lutando pra não pintar o teto com a minha cabeça Seguindo em frente, eu não me importo com o que aconteça Dissolve em ácido e deixa que ela se apodreça Pensando bem, não tem sentido até que apareça Expiação não me tornou tão bem melhor que antes Esses pecados que me pesam são inebriantes A minha voz não é ouvida, ela só tá distante Nós nunca seremos iguais, apenas semelhantes Grãos de areia vão fluindo no giro celeste Pra mim, a vida só vai ser essa versão de teste Pra algo mais libertador do que o velho oeste Mas é difícil ir pra lá quando se tem a peste É impossível expressar toda essa dor que sinto Não é possível afogar ela nesse absinto Não tenho planos, não morri e vivo no instinto Tô desenhando nesse céu todo o calor que pinto Não Vou Lutar Não Vou Chorar Sem Meu Perdão Perco ao cortar meu coração Sim ou não Desperto e torturado nesse pesadelo É mais pesado do que tudo não poder mais vê-lo Do outro lado, me espere, esse é o meu apelo Ainda preso com as correntes no meu tornozelo Apenas rezo pra que isso tudo não demore Não quero brigas, te magoa, por favor não chore Eu sou difícil, impaciente, mas faço meu score Não me roube a solidão, então só não implore Apostando a minha vida em um lance de dado Comecei com apenas um e fiquei viciado Nunca sai como eu espero que tenha virado A maldição veio daquilo que eu tinha roubado Tão profundo nessa terra, é o sonho do santo Desprezado e odiado, ignoram o canto O sofrimento só notado quando vem espanto O sangramento nesses pulsos, eu mesmo estanco Eu imploro ao ceifador pra me levar pra longe Seu olhar de piedade e sua paz de monge Sua capa preta deixa à mostra seus dentes de bronze Ainda não é minha hora, e isso desde os onze Colecionando esses problemas, inalo fumaça O dia é do caçador e não vai ser da caça Isso é tudo, e isso sempre vai sair tão torto Porque sempre será o som do homem morto