A impressão de quando ouço distante O repique de um berrante e a boiada a caminhar Vem na lembrança de quando eu era menino E a comitiva saindo sentido a Cuiabá João de castro seguia léguas à frente Tão feliz demais contente, para todos cozinhar O velho bento culatra dos mais ligeiros Corria o tempo inteiro pra boiada não espalhar O boi mais velho nós chamava de coiote Aspa larga e muito forte, muito bom pra viandar Tinha no couro marcado como um brasão A pata de um leão pronta para atacar Nos vilarejos quando se viam as mocinhas Tão belas e sentadinhas de rostinhos avermelhados Todos erguiam o chapéu cordialmente Isso era para gente ser um peão gabaritado Anoitecendo o gado ficava em campanha O Chico e o zé castanha encarregavam de zelar Todos se ajeitam pelas redes e pelegos Espalhando seus baixeiros e no alvorecer continuar Nossa missão era transferência de gado Andando pra todo lado, a mais nobre profissão Eu aprendi com meu pai e os mais antigos Não existe boi amigo, ele não tem coração Muitos sabem que no estouro de boiada Quantas vidas já ceifadas calam o grito de peão Quem não se lembra das histórias mais antigas Muito perderam suas vidas e hoje é letra de canção Fica o abraço a estes velhos boiadeiros Pra todos os companheiros condutores de boiadas Os novos chegam os velhos tem que parar E o boiadeiro a gritar, eiá, eiá, eiá