Não sei se estou louco ou sou muito lúcido Mas o que eu vejo não cortejo E o que penso talvez não espero Talvez não espere o que pense que a desgraça humana Tenha raízes na fome e no preconceito E que um dia conviveremos com as nossas diferenças Se olharmos lá no fundo Criaremos uma imagem de um novo mundo Se pensarmos nos outros como em nós A esperança desse mundo chegará a vós E deixará de ser uma gota no oceano Pra fazer parte do nosso cotidiano Não sei se estou louco ou lúcido Mas prefiro não desistir antes de tentar Mudar o que não é fácil mas confuso Essa futura imagem de um velho mundo O que vejo não cortejo tanta fome sangue escárnio A vida mal vivida pelo orgulho do homem dominada Se olharmos lá no fundo Criaremos uma imagem de um novo mundo Se pensarmos nos outros como em nós A esperança desse mundo chegará a vós E deixará de ser uma gota no oceano Pra fazer parte do nosso cotidiano Mas é o orgulho que provoca a fome De muitos mortos nesse mesmo caminho Porque como mortos não falamos Como mortos não pensamos Como mortos não agimos E como mortos não fazem nada Comer mortos não significa nada No meio de tanta fome é só não ter preconceito Na distinção da cor dóI sujeito que será comido Talvez por nós, talvez pela cabeça dura ou pelo preconceito