Tempo que eu fui boiadeiro Viajando certo dia Eu cheguei no Porto Quinze Pra fazer a travessia Na beira do eu pantaná Onde uma cruz existia Vi uma velha rezando De luto triste chorando Que até me compadecia Vendo aquela triste cena Meu coração comoveu Relembrei certas passagens Que comigo aconteceu Pra consolar a velhinha E saber o que se deu Perto dela me ajoelhei E o motivo perguntei Ela então me respondeu Sou a mãe do Batistinha Que neste lugar morreu Fui eu quem guiou seus passos Desde a hora que nasceu Ele ainda era criança Quando seu pai faleceu Pra ganhar o nosso pão Batistinha era peão Profissão que ele escoieu Este pantanal traiçoeiro O seu corpo sepultou Ele vinha atrás de um boi Que por esta banda arribou Só sinto não ter uma campa Pra mim plantar uma flor Pra crescer como lembrança Desta alma que descansa Na paz de Nosso Senhor Do Batistinha me resta Só duas recordação É o berrante com o seu nome E o seu cachorro Gavião Que quando vê uma boiada Levanta pó no estradão Fica triste acabrunhado Parece que o seu uivado É triste reclamação Esta cruz é minha vida Não posso me separar É um berço de saudade Onde venho rezar Quando escuto um berrante Um boiadeiro gritar Eu choro fio querido Que foi desaparecido Para nunca mais voltar