Quanta saudade do tempo de peão Eu cortava estradão gritando com a boiada Montado a cavalo sem ter paradeiro Com a minha roupa suja da poeira da estrada Toda à tardinha eu armava o galpão Deitava na rede, não dormia de saudade Sempre pensando em quem me deixou O meu velho amor me deixou sem piedade Oi lai lairái lai lairái lá lairái lá lá lá Oi lai lairái lai lairái lá lairái lá lá lá Hoje eu estou velhinho, não sou mais boiadeiro O triângulo mineiro foi o meu berço Natal Eu já fui de gosto também já fui feliz A mulher que eu tanto quis só me faz eu recordar Toda à tardinha eu armava o galpão Deitava na rede, não dormia de saudade Sempre pensando em quem me deixou O meu velho amor me deixou sem piedade Eu já fui bão boiadeiro Há muitos anos passado Hoje eu estou velhinho No meu rancho abandonado Alembro com cumpanheiro No meio do chapadão Com mil e quinhentos boi Ia dobrando o espigão Repicando o meu berrante Cortando aquele estradão Hoje só resta a saudade Dentro do meu coração Sentado na porta do rancho Ouvindo o gado berrando lá na estrada E o grito dos cumpanheiro Sumindo lá nas quebrada De vez em quando eu repico o berrante Aqui na minha velha morada