Canta o negro num trono de bamba É candeia que a todos seduz Ele é rei, divina luz do samba Lavapés é a força que conduz Ouço uma voz que me chama No ecoar se faz tão bela São 90 anos a brilhar Esse gênio que é também voz da favela Venha ver seus ancestrais Em cada esquina e vielas, África Tambores rufam salve os orixás A luz da inspiração vem da portela Na devoção, e o samba no clarão da Lua Povo da rua vem festejar Laroyê eu vou chamar zé tambozeiro Dim, dim, dim lá vai viola é hora de improvisar De qualquer maneira meu amor eu canto A arte negra, resistente vou cantar De qualquer maneira meu amor eu canto A chama não se apagará Axé, meu irmão axé, é hoje o seu dia de graça A cultura então vai triunfar por toda praça Mestre, poeta, também foi nosso grio ô E nos moldou a identidade O mar serenou, ele pisou na areia e em toda cidade Então pirata negro vai passar Candeia vai se entronizar, e eu jamais esquecerei Sou lavapés coragem e conciência negra Quilombo de igualdade que festeja É luta, resistência e direção