Velho rio Toropi Que tristeza eu senti Quando lembrei a paisagem Que me veio aquela imagem Que existia antigamente Hoje olho na minha frente E me causa um pavor Ouço roncos de motor E as encostas sumindo E o homem destruindo O que Deus fez com amor Deus, quando criou o mundo Implantou tanta beleza Fez os rios e as cascatas Montanhas, também as matas Cacimbas de água pura e cristalina Como proteção divina Pr'os bichos que ele criou Ele foi inteligente Fez as árvores com frutos e semente Como forma de alimento Pra que não passasse sede nem fome E vivesse livremente Deus deu a inteligência ao homem Pra que fosse racional Mas, se tornou um animal Predador da natureza E disso, tenho certeza Onde vivi minha infância Na costa do Toropi Do meu velho São Martinho Eu, hoje, pego no pinho E abro porta e janela Para ouvirem o meu grito de socorro Para os nossos governantes Que revisem o tal projeto De engenheiros e arquitetos Porque está tudo furado Mais de mil metros quadrados Um depósito macanudo De árvores centenárias Ali, apodrecendo tudo Por isso, ninguém faz nada Estes versos, e uma mensagem Pra que o homem possa agir diferente Sem pensar só no progresso Dinheiro e sucesso E cuidar mais do meio ambiente Porque lá no Quebra Dente Eu te falo, meu irmão Fizeram um túnel embaixo do chão Ligando um rio no outro Para dar melhor vazão Sem pensar no desconforto ambiental Que causou nos animal Dos nossos bichos selvagens Te dou exemplo, parceiro Porque um tatu marralheiro Que existia no local Coitado do animal Um barulho ensurdecente Foi dar fé na situação Onde existia um capão Não encontrou novamente E voltou desesperado Pra sua toca sagrada E disse pra sua amada Pegue a filharada E se protejam lá no fundo Que tá terminando o mundo Vamos morrer abracados Pois essa e a realidade Que vive hoje nossos rios Por causa dessas barragens Vejam que sacanagem Fizeram com a natureza Árvores com tantas belezas Estão sendo derrubadas Sem serventia pra nada Expostas sob o relento E sem aproveitamento Dizem que estão condenadas Amigos, esta parada E dura de se entender Porque a Polícia Ambiental Que existe neste local Tá lá para proteger E acompanhar o reflorestamento Pois esse e meu pensamento Talvez, daqui mais uns anos Deste meu peito aragano Só restou uma tapera E digo, tenho certeza E claro que eu não me engano Podem passar mais cem anos Nunca mais será o que era