O herói, por aqui, ganha um salário mínimo Me resta ser como a fênix todos os dias Dentes-de-sabre afiados pra roer o osso Ninguém escapa, invencibilidade é utopia No dia a dia há mais heróis do que na marvel Cada qual com seu uniforme de trabalho Cuja rotina deixa homens de ferro enferrujados E, mesmo sem quarteto, é preciso ser fantástico Onde muitos não comem, ficam verdes de fome Mas a raiva não os torna grandes e fortes Homens-aranha pulam muros, não usam teias Dinheiro escorre da mão, tal qual areia Demolidores também são homens com medo Convivendo em meio à carnificina e veneno Dr. Destino desafia justiceiros Na terra sem justiça, fogo em homens de gelo Capitão América se infiltra e domina O medo não é noturno, também vaga à luz do dia Era do apocalipse fere suas entranhas Cabeça esquenta, sangue ferve - outro tocha humana Anjos corrompidos, fanáticos suicidas Futuros motoqueiros fantasma nas rodovias Casas invadidas, professores x da mídia Entrando nas mentes e as deixando vazias Entre guerras secretas constantes Pobres sofrem mais preconceito do que os mutantes Sobrevivendo como inumanos, com recursos desumanos Se sentindo cada vez mais estranhos Bem-vindo à selva de pedra A minha habilidade na tribuna é ser o réu Me regenero todo dia, é bom ficar esperto Desliga sua TV e sente o gosto do fel História sem quadrinhos Sabem de tudo, até aquilo que ainda não fiz Nesse ponto, campos de força já não me protegem Dificilmente há final feliz Não é preciso visão de raio-x pra ver A liga da injustiça, ao contrário da dc Parlamentares, duas-caras, pregadores - vertigem Quanto mais se reza, mais aparecem constantines Lanternas verdes não clareiam as noites mais densas Patrulhadas por cavaleiros das trevas Renegados da zero hora Caçando sangue e heras venenosas Mulheres-maravilha em esquinas Meninos prodígio em faróis Morte da família Valores invertidos por coringas Nada escapa aos flashes Nesse planeta diário e suas crises infinitas Mestres dos sonhos, sociedades secretas Homem-animal-ciborgue - mundos em guerra Insanos de arkham, crimes de gotham O v é de vingança, não de vitória A questão não é quem vigia os vigilantes Mas como fazer isso sem se tornar um também Pois não há diferença entre herói e vilão Se o que se combate é parte de você