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Naquele estradão deserto, uma boiada descia
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Pras bandas do Araguaia pra fazer a travessia
D A
O capataz era um velho de muita sabedoria
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As ordens eram severas e a peonada obedecia
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O ponteiro moço novo, muito desembaraçado
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Mas era a primeira viagem que fazia pra esses lados
D A
Não conhecia os tormentos do Araguaia afamado
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Não sabia que as piranhas eram um perigo danado
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Ao chegarem na barranca, disse o velho boiadeiro:
E7 A
Derrubamos um boi n'água, deu a ordem ao ponteiro
D A
Enquanto as piranhas comem, temos que passar ligeiro
E7 A
Toque logo esse boi velho, que vale pouco dinheiro
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Era um boi de aspa grande, já roído pelos anos
E7 A
O coitado não sabia do seu destino tirano
D A
Sangrado por ferroadas no Araguaia foi entrando
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As piranhas vieram loucas e o boi foram devorando
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Enquanto o pobre boi velho ia sendo devorado
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A boiada foi nadando e saiu do outro lado
D A
Naquelas verdes pastagens tudo estava sossegado
E7 A
Disse o velho ao ponteiro: pode ficar descansado
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O ponteiro revoltado disse: que barbaridade
E7 A
Sacrificar um boi velho, pra que esta crueldade?
D A
Respondeu o boiadeiro: aprenda esta verdade
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Que Jesus também morreu pra salvar a humanidade