Lá bem distante, numa estrada carreira Num rincão mato-grossense, vi uma nuvem de poeira Era uma comitiva, com a boiada chegando Quando ouvi o berrante, meus olhos foi marejando Me aproximando, avistei o cozinheiro As mulas com as bruacas, com as traias vinha primeiro Depois veio a comitiva, com o toque do ponteiro O barulho do cincerro, e os gritos dos boiadeiros O sinuelo, que guiava a boiada O afiador com a pinhola, não deixa boi de arribada O culatreiro é importante, nessa lida de peão Ele vem por derradeiro, comendo a poeira do chão E na pousada, hora da queima do alho Tinha roda de viola, e um joguinho de baralho Depois de um arroz tropeiro, carne paçoca e feijão Era quando descansava, dessa vida de peão Vem chegando a alvorada tocou berrante o ponteiro O sinuelo levanta alertando os boiadeiros Como em forma de onda, boiada foi levantando Nessa hora arrepiei Para sempre lembrarei, da comitiva viajando