Claro que eu entendo Que devemos ser mais tolerantes que os intolerantes Mas no mais não podemos ignorar Os ignorantes Ou deixar de protestar contra os protestantes que incendeiam terreiros-templos Matam mães ou pais de santos E condenam os tambores e também os nossos cantos Eles gemem e elegem narcotraficantes Claro que eu escuto Claro que eu escuto A gente surda ao nosso pranto Claro que eu escuto Claro que eu escudo Claro que eu escuro Credo! Claro que eu escuto Claro que eu escudo Claro que eu escuro Credo! Claro que eu tô puto com esse ar de luto De juízes e procuradores debutantes Astutos que se fazem sem juízo Com os ternos cortados iguais, os replicantes Antes fossem putas ou bacantes Mas apenas fungam e rosnam e vituperam Positivo-operantes Positivo-operantes Claro que eu luto e me junto às lutas mil De quem nem pensou ser militante O tempo é tão vil, quem não via viu E quem não quer ver, puta que o pariu O olho de vidro caiu E o caolho é bobo da corte E gado de corte e pensa ser rei É rês, é rês, é rês Se liga vida de gado O engodo é uma moeda de três centavos Com a cara da serpente do fascismo do outro lado E eu escuto a metralha da metranca E dos coturnos o som do sapateado Quem escuta meu xaxado? Claro que eu escuto Claro que eu escudo Claro que eu escuro Credo! Claro que eu escuto Claro que eu escudo Claro que eu escuro Credo!