Cheguei a maldizer da própria vida Me entregando a bebida Por despeito e por amor Deixei a barba grande em meu rosto Pra esconder o meu desgosto Minha mágoa e minha dor Passei tanta vergonha dos amigos Que talvez por um castigo Até fingiam nem me ver Alguns zombavam deste meu fracasso Como se eu fosse um palhaço Sem ninguém pra socorrer Mas que bobo fui Quando acreditei num amor tão puro inocente Sem saber que as vezes Vem como flecha na alma da gente Ferindo o homem jogado ao chão como eu fiquei Porém aprendi Que ave ferida pode voar Basta só querer Mesmo ferido encontrei razões pra sobreviver Aprendi amar sem me entregar Como me entreguei Vivi o meu momento glorioso Já senti o poderoso ou o dono de alguém Mas quando me encontrei no chão jogado Me lembrei de um ditado Que ninguém é de ninguém Deixei de ser igual ave ferida Entregando minha vida Corpo, alma e coração Voei mesmo sentindo grande dor Procurando um novo amor Pra curar minha paixão Mas que bobo fui