A tóra despenca e rola no chão A gente sentando na tora, irmão A floresta agora é o baile da hora A gente sentando com força na tóra Chupa, chupa, chupa Chupa que é de açaí Tem gosto de sangue, mas finge que é buriti Chupa, chupa, chupa Chupa e não me chame Picolé gourmet com sangue de yanomami Sangue de Cristo não tem poder Para fazer um deputado cristão compreender Que um carvalho velho É tão sagrado quanto o evangelho É tão sagrado quanto sua igreja É tão sagrado quanto o evangelho Bota com força, bota com raiva Toda madeira que foi derrubada No custo da bancada No custo da bancada Chupa, chupa, chupa Chupa que é de açaí Tem gosto de sangue, mas finge que é buriti Chupa, chupa Chupa e não me chame Picolé gourmet com sangue de yanomami No caminho do bosque dos esquecidos Crime prescrito e envelhecido em barris de carvalho Corredor da morte O índio correndo, escapando, é sorte Atalho da imaginação de um envelhecimento precoce São as tóras arrastadas pelos cabelos Longa metragem sangrando O trailer é a selva contra a motosserra Ferida na tribo aberta A vida contra o banal, bala do extremo mau A resistência? A resistência é a poesia No garimpo da hipocrisia Daqui pra frente o jogo é a memória Da igreja, do pastor que pastora as tóras Quantas de pé? Quantas foram embora? Com quantas canoas se faz um pau? Convoca uma conferência internacional Vamos punir a mata, a floresta aqui está ilegal Buraco negro da Amazônia Índio indo pro buraco Orgasmograma da paulada A justiça da barca furada Os homi da polícia Os donos da droga, do garimpo, da milícia Líder religioso, barras de ouro Oremos a falta de decoro Agora a cesta básica com sangue e pólvora O orçamento é secreto que nem o destino das tóras O partido partiu, partiu! O partido partiu, perdeu-se de vista Agora o agrotóxico compõe a proteína da marmita Ah, ribeirinho encurralado no meio da emboscada Sem saber definir o que é Pepsi, o que é coca? A goma tá aqui, vai virar tapioca O povo da floresta vai gritar, vai chorar, vai espernear Se bem que não tem Aqui a barbárie e a civilização tiraram a mesma nota no enem É guerra profissa, como todas as guerras Braço mercantil É tiro no peito O corpo rolando, bóia Por aqui é cavalo do cão, bem maior do que cavalo de tróia Vai comparar com qual instiga? Aquela quedinha da bastilha? No garimpo são corpos em trilhas Supera o caos, o fogo lambendo a terra Terra! É terra e sua antilógica O Vietnam e sua lição histórica É fogo na oca É inferno maior do que o Iraque Tomada de constantinopla Puta que o pariu, coletivo do mau Selva na maré do desengano E essa guerra por aqui já dura quinhentos anos! (Ininteligível) pra quem vende o céu e a educação?? Noves fora é a vida Procuradores fazem selfie Senhores juízes, senhor procurador Uma aviso só Aqui, tirando os índios, todo o resto é invasor!