Há o Sol a queimar do lado mexicano, os índios À espera a cavalo, na espera, esvaindo-se o tempo Severo, servente no ecrã da fronteira Mantos da noite que chegam pelo deserto Sincera a confissão e o deserto espera, acelera A dança magnífica que prepara o encontro Há na cena um intruso e ele veste a pele do mal Um visitante que se insinua, hipnótico Desperta a dança, inicia a convocação O silêncio é o meio silencioso e alheio, rodopia Pressente-se o desenlace demente, o tumulto A morte que voa em círculos, viaja nas vísceras do Rapinador, é esta a dança do vento, suave de presságios Suave movimento, precário farrapo da morte Lendas no esquecimento, margem proverbial Areias-sepulcro de rochedos-império Mundos de marés e murmúrios aplaudem Circulando, o fim é o princípio circulando, akashic Um plasma universal onde voga o conhecimento Aguarda o instinto, por mais miserável que seja a existência Deste homem, sufocante, de olhos, ossos e gozo Esfacela em agonia, luta, de si para si, agoniza Oh, doce insónia da interrogação que me fazes erguer Sem motivo aparente, que me acordas de um sono Trespassado e me permites ver o nascimento do fogo eterno Oh, ensejo e ambição de conquista e glória que me chamaste Aqui, abre-me o portal do tempo e da memória, quero percorrer A primeira floresta onde nasci, perder-me de mim Um farrapo frágil de nuvem vai, suave na dança do vento Oh, insónia do meu atrevimento, ficarei nos teus braços Ancorado, toca-me