Mais uma vez vivo agonia Há corvos e corpos em cada esquina Morte anônima anunciada Pragas e pestes louvam chacinas Você espera o apocalipse Mas não enxerga ao seu redor Esse é o Brasil, país de todos Mas quem tem menos leva a pior Sobrevivente de expurgo velado Nem celebro os anos que pouco vivi Se há deuses, sei que há inferno Das ruinas com as quais divido aqui Sangue na peita, a vela tá acesa Cai pluma alvejada, sem vozes no leito Já sedado da dor, só agora percebo Que sou eu quem tem dois tiros no peito E vamos rir (dessa desgraça) Falsa moral cair (entregue às traças) Mete a mordaça (mate a sorrir) E executa na praça (respeitável, aplaudi) Vamos rir (dessa desgraça) Falsa moral cair (entregue às traças) Mete a mordaça (mate a sorrir) E executa na praça Mais uma vez vivo agonia Há corvos e corpos em cada esquina Morte anônima anunciada Pragas e pestes louvam chacinas Você espera o apocalipse Mas não enxerga ao seu redor Esse é o Brasil, país de todos Mas quem tem menos leva a pior Dominado, desvalorizado Por vozes imundas, minha mente corrói Na miséria dessa existência A mente infértil, o que existe, destrói Em terras mundanas, fadado ao fracasso Cancelas, correntes e o peito de aço Neste diário, relato alguns fatos Sem saber se amanhã haverá novos atos E vamos rir (dessa desgraça) Falsa moral cair (entregue às traças) Mete a mordaça (mate a sorrir) E executa na praça (respeitável, aplaudi) Vamos rir (dessa desgraça) Falsa moral cair (entregue às traças) Mete a mordaça (mate a sorrir) E executa na praça Rindo da desgraça