Vejo o mundo em linha reta quando ando nas calçadas Sinto o cheiro das suas flores misturar com a fumaça Vejo os senhores e seus automoveis indo para nenhum lugar Vencendo as esquinas, rasgando as avenidas Vejo seu rosto na foto, na capa da revista Do lado do seu livro a minha historia sem sentido A cidade. Metrópole, zona urbana. Ambiente caótico. Berço essencial. As imagens. Arquiteturas, propagandas, placas. Avalanche de informações. Temas textuais. A poluição. Odores, cheiros, fumaças. Natureza sufocada. Crítica acirrada. A sonoridade. Gritos, tiros, motores, máquinas. Audição saturada. Elementos musicais. Em meio a tudo isso, nasce a unidade de som intensivo. Fruto do caos e utilizando o mesmo como matéria-prima para a sua sobrevivência. Recliclando todo o produto urbano, misturando o lixo ao luxo e apresentando um novo resultado. Vejo o mundo em linha reta quando ando nas calçadas Sinto o cheiro das suas flores misturar com a fumaça Vejo os senhores e seus automoveis indo para nenhum lugar Vencendo as esquinas, rasgando as avenidas Vejo a criança sozinha e suja no sinal pedindo esmola A sombra da menina maquiada e de mini-saia Esperando por alguem que não vai passar... nunca