Bate forte no couro Deixa o pelo arrupiar Hoje tem festa o morro vai coroar O baluarte da comunidade Viva o rei do quilombo Piedade O sino da matriz em melodia O sol já se escondeu no horizonte Trago no meu peito a mais querida E recebo na descida O amor da fonte grande Sou eu o anjo preto abençoado Fiz do morro meu altar Acredito na força que me guia Me protege dia a dia Faz meu canto ecoar Sou eu a voz da liberdade O serrano gente boa Filho da simplicidade Foi agora que eu cheguei doná Pra voltar não tenho hora Gosto de bebericar, onde a vida me levar Nos acordes da viola (canta que eu cheguei agora) Foi agora que eu cheguei doná Tá gravado na lembrança Com barquinhos de papel brinquei pertinho do céu No meu tempo de criança Me encantei, o som da natureza me inspirou Nas toadas de congo toquei tambor No ritmo embalado, o rock e o sapateado Ouvindo os conselhos da vovó A simpatia pro gogó Boêmio, nos bares fui consagrado Filosofando, virei o papo furado Lindas canções eternizei Mulher luz, por ti me apaixonei À velha guarda minha reverência Obá do samba, griot da resistência Na escola do meu coração Quatorze vezes campeão!!