Quem vem lá é a Unidos de Padre Miguel A chama da ira terrena que evoca o sagrado do céu Girando inicia o Toré, herança dos meus ancestrais O passo marcado, nas mãos maracás Virado no meu Juremá Xamã revelou a missão A mata é de Clara Camarão Kunha Eté, sobrenome resistir Sangue urucum as margens do Potengi Mãe d'água (mãe d'água) desperta a fina flor Poti, Potiguara em nome do amor Quando ecoa o tambor, vibra a alma da floresta Nesse solo de guerreiros, o corpo se manifesta Firma o pé, empunha a lança, que a justiça vem a tona A nossa tribo avisa Essa terra aqui tem dona! Nativa, lidera mulheres em tantas batalhas Muralha invisível que o tempo despiu Brasil, na tua Jurema que habita o sacrário Leão é invasor, Rei é o povo originário É cabocla da pele morena Tem doçura, tem encanto, no entanto, não tem pena Das águas sagradas aos seres de luz Entrego o caminho a quem me conduz É clara essa força que faz ir além Incorporada no povo da Vila Vintém Vai meu Boi Vermelho, honre a tua história E seja a flecha viva da memória Quantas vezes for preciso, haverá renascimento Pra que a verdade não caia no esquecimento