Foda-se Tu julgas o gajo porque ele é gay E ele tem que de se comportar como se não fosse Para não ser reprimido Julgas o teu mano porque ele é excêntrico E ele tem que de se comportar como toda a gente Chamamos as nossas manas de cabras Interferimos na liberdade sexual delas E elas são obrigadas a auto reprimirem-se Tu mesmo também tens essa necessidade De teres isto e aquilo Que conquistaste isto e aquilo Porque sentes medo de ser rejeitado Teres menos que os outros faz-te sentir inferiorizado Faz-te sentir menor (tchh) Tu também 'tás nesse baile de máscaras, mano 'Tamos refugiados em pessoas que não somos Até tu seres elevado o suficiente pra aceitares cada pessoa como ela é Com as suas diferenças Com as suas singularidades Vai falar de mudança pra'ró caralho, negro Vai falar de revolução pra'ró caralho Vai falar de liberdade pra'ró caralho, man Isto é o início de tudo Como é que vamos ganhar esta guerra Se somos todos refugiados? (man) Eu só queria ser eu Dar-vos a minha espontaneidade Materializar a liberdade que a minha mente fantasia Trocar as leis da sociedade, pelas leis da felicidade Com a minha carta da alforria Mas vocês refugiados na ignorância Oprimem a diferença e oprimem a minha independência Julgam-me, com uma moral que nem é vossa A moral que nos impuseram e que cavou a nossa fossa E faz de nós essa massa domesticada Que vive mascarada só pra 'tar incorporada Eu sofro, quando sou como vocês Escondo a minha nudez, vocês dizem que é sensatez Não sei o que quero, nem sei pra onde vou Quando 'tô refugiado nesta pessoa que não sou Que vive a oferecer sorrisos e esforços adaptativos Pra 'tar bem no colectivo Quando já não aguento refugio-me no meu quarto Isolado de tudo pa' fugir do vosso contacto E pra poder voltar a ser eu Entre copos de vodka e a solidão que me desafoga Depois saio à rua embriagado Desta vez já desatado, eufórico e reanimado Refugiado numa coragem momentânea Celebro a infâmia da liberdade espontânea Mano, aceita a diferença Enterra o teu passado, entrega-te à renascença Diferença é a coisa mais bela da natureza Eleva-te como Homem vive a tua nobreza Mano, aceita a diferença Enterra o teu passado, entrega-te à renascença Diferença é a coisa mais bela da natureza Eleva-te como Homem vive a tua nobreza Nunca estiveste tão distante de ti próprio Juras amor próprio, ao espelho és o próprio Dás meia volta e fazes mal a ti próprio A seguir culpas o mundo e te envenenas com esse ódio Justificando os teus erros com os dos outros Matando porque mil já foram mortos Roubando porque houve roubos É assim como loucos guiam loucos Culpando a loucura que inocenta todos Eu sou bom com os disfarces e vejo que também és Eu finjo que eu sou eu e tu finges quem também és Esse, perfume, essa roupa, esses carros E como de costume vou julgar-te por esse status Quantos pretos condenados a falar como brancos Brancos condenados a F como pretos Homens condenados a beber como machos E na calada da noite a gemer pra outros machos Quantos enforcados por gravatas 5 dias por semana São vampiros a sugar garrafas aos fins de semana? Quantos saem à rua, finos e civilizados E em casa só falam com os punhos cerrados E quando estiveres já coma cabeça inchada A pesar uma tonelada, de merda não evacuada Senta-te com os amigos, e vira uma garrafa De absoluta hipocrisia e depois volta pra' jornada Mano, aceita a diferença Enterra o teu passado, entrega-te à renascença Diferença é a coisa mais bela da natureza Eleva-te como Homem vive a tua nobreza Mano, aceita a diferença Enterra o teu passado, entrega-te à renascença Diferença é a coisa mais bela da natureza Eleva-te como Homem vive a tua nobreza (Yeah) Refugiados Somos todos refugiados em pessoas que não somos (Podes crer) Enterra o teu passado, entrega-te à renascença (Enterra o teu passado) Enterra o teu passado, entrega-te à renascença