Quando um maula se bolca E se aparta do rodeio Eu me afirmo nos arreios Dou rédeas pro meu gateado Por mim mesmo foi domado E conhece muito do assunto Eu saio bailando junto E o boi não vai pro banhado Aí que um homem campeiro Mostra a origem da raça Pois um índio que não laça É um gaúcho por metade Porque o laço na verdade Na sua trança carrega Um taura que não se entrega Peleia por liberdade Levo a mão sobre a anca Prendo na cincha, a presilha Armada e quatro rodilhas Que vão girando no espaço Mando corda, alço o braço Corto o rastro pra fora E já cutuco na espora Livrando o golpe do laço Esta ciência campeira Forjou-se através dos anos É a herança dos paisanos Do outro lado da fronteira Que por não terem mangueira Nem os fios do alambrado Inventaram couros trançados Seus laços e boleadeiras