Desde quando eu aprendi na juventude passada tocar e cantar pro povo rincão de minha morada uma gaita de oito baixo uma voz desafinada tocava até vir o dia e o cachê que eu recebia era o café da madrugada Café com com pão queijo, lingüiça e ovo depois voltava pro palco para alegria do povo o repertório acabava dava um grito e me enfesava e tocava tudo de novo Foi até que um certo dia eu passei por uma prova quem não tem categoria por si mesmo se reprova uma moça da cidade chegou me enchendo de trova exigindo que eu parasse e ordenando que eu puxasse uma tal de bossa nova Eu disse a ela tenho medo que eu não possa pois esta minha gaitinha só toca coisas da roça vai curtindo meu embalo que no próximo intervalo eu vou puxar a sua bossa Quando deu o intervalo ela me olhou e sorriu era a hora derradeira de enfrentar o desafio fui pesquisando a gaitinha e a minha moral caiu quase morri de vergonha fiz uma força medonha mas a bossa não saiu Eu disse a ela tenho medo que eu não possa pois esta minha gaitinha só toca coisas da roça vai curtindo aí um tango que no próximo fandango eu vou puxar a sua bossa E no dia do fandango a moça compareceu mas pra tocar na gaitinha eu mandei um irmão meu bem parecido comigo e ela pensou que era eu já veio com a mesma trova puxe agora a bossa nova que você me prometeu Disse o meu mano tenho medo que eu não possa pois esta minha gaitinha só toca coisas da roça vá curtindo um vaneirão que mais tarde o meu irmão vai puxar a sua bossa