Eu nem sempre quis ficar só Mora em mim o compasso do receio Sobre a tutela do contra-canto do filho ingrato Mesmo que de barganha em mim Bordei no beiço aquele beijo que medi Na mão fita que leva e trás Num acerto entre o amar e sufocar Se eu disser que ontem eu tive um pesadelo com você Uma extensão do meu cinismo Um braço sem algema uma fogueira sem fagulha viva Torço as horas pra bater a eterna hora do jantar Na mesa a tua felicidade e o meu amor de sobremesa Eu sei que a conta é muito alta pra pagar Me deixa ao sol pra ferver a cabeça E põe na mesa a sopa fria de todo dia Garfada lenta e desejada pelas ondas do segundo Eu crio o meu mundo que soma ao seu Eu quero um teatro só pra olhar de lado o meu semblante no teu Eu quero o breu eu quero o fundo Eu quero o teu podre submundo Eu sou assim desejo assim e quero assim e assim serei Apaga no peito aquela chama Que me chama num contento tão dentro de ti Desça até a boca do berço Do desejo do terço que eu hei de pecar Corte a minha paz meu vicio no atrito No dito não dito Pois diga e não me deixe sair viu Não viu Não viu