Teu corpo mulher, Sem ornato – nu, O seio, o dorso, Ar que em ti se curva... Tua Arte é o licor mais forte, Tua língua sabor morte, E teu ventre abismal – talvez sem fim. Perfeita e decaída, Teus lábios sólidos, Teu perfume a aliciar, Oscilações em dança, Vertigens orvalho, Paisagens doces, Frescor de céu, Lírio tentação, Vento não sonolento, Águas pulsantes, Anseios não vagos, Beijo desejo, Louco oceano. Tu és. E em tua fenda, Sigo tua sombra, E em tua fresta, Luzir inefável, Deleita meu ser, Um horizonte em gloria, Em suas pupilas Cheias de luz És a Noite devassa, Leito insone as entranhas De um Sonho – e seu Fim.