No meu estoque não há horário Não sobra tempo nem me junto ao tédio Moléstia afeta só o operário E o salafrário é quem tem o remédio Só poesia é quem eu largo tarde Sou alérgico a suas frases Triste feito plástico Não afundo sem critério Sou arte! Se eu olhar pro futuro Tenho muito pra onde ir O sonho me anestesia E uma porrada não Tem chances de me ferir Minhas veias abertas expostas ao léu Ninguém leu o sofrimento de Galeano Imperialismo como com sal E jogo as traças no seu pobre rebanho Se eu vacilo ele vai me custear Então produzo e ele explora até me amassar E por trás da neblina fina Retina só enxerga o que for lucrar Do lado do lar Adulando Com tão pouco Tentam nos adular Nem rezando Do lado de cá Cova própria Continua a se cavar E o pavio que não se viu Em mesmice d’um de abril Sangue que drena que drena que drena E o destino nem Nostradamus previu No meu estoque não há horário Num sobra tempo nem me junto ao tédio Moléstia afeta só o operário E o salafrário é quem tem o remédio Só poesia é quem eu largo tarde Sou alérgico a suas frases Triste feito plástico Não afundo, sem critério Sou arte! No meu estoque não há horário Não sobra tempo nem me junto ao tédio Moléstia afeta só o operário E o salafrário é quem tem o remédio Só poesia é quem eu largo tarde Sou alérgico a suas frases Triste feito plástico Não afundo, sem critério Sou arte!