Um negro véu Encobre o céu Vozes de orquestra Pelo espaço, vão e vem Noite sem Lua Ninguém na rua Paris é morta Vida e lida já não tem Saíamos, pois, assoviando E cantando Uma canção de cabaré Vamos querida para a lida Sem nenhum temor Ponha na liga A navalha, meu amor Não ouves a voz do apache Ó gigolete, que me sorris Quem sabe se é a última vez Ó gigolete, flor de Paris Que junto iremos dançar A morte, eu sinto rondar À noite, nos dois Gozemos, pois sem nos amedrontar O sofrimento qualquer tormento Invés de dar-me Amargura mágoa e dor Dá-me alegria E poesia Faz-me valente Forte e crente No amor Tua eu sou E aqui estou Apache amigo Irei contigo juntos sofrer Dá-me teu braço Que é o laço Desta união Sigo contigo Por ti brigo Rufião Que importa a perseguição Que nos promove este país Não há para o apache, perdão Mas sem apaches, não há Paris Portanto, devemos gozar E nunca em tristezas pensar Vamos então Ganhar ao pão Sem nos amedrontar