Bom é andar de madrugada Colhendo as imagens que brotam das calçadas Um chope, um vinho, um licor Se misturando ao luar, devagar E a gota de prata na flor Anunciando a alvorada E não demora a cantar A passarada Se unindo à voz rouca que tem cada fundo de bar E já bem perto das seis Enquanto vejo um clarão despontar Volto pra casa com a alma outra vez Revigorada Mas é na noite também que ainda choro por ela Dissolvendo as imagens que um dia eu guardei no olhar E assim faço as tintas da dor E o meu peito é a tela Onde insisto em traçar