Ele quer tocar na minha banda e eu não sei como te responder Se tem a fórmula, a forma e o plano, diz tá certo, infalível o tempo inteiro Quanto a mim, só ando turbulento, cambaleando numa estrada que não tem Nem o fim, nem tampouco um começo, só tem o meio desse meio que não vem E ele quer tocar na minha banda, mas me diz que tá noutro patamar Ele tem harmonia e traquejo e a esse cara que o ouve que não tem Só lhe resta o equívoco na marca que fracassa por fazer e desfazer Com a certeza deslizante de trapaças se definindo com seus métodos de falhas Ele quer tocar na minha banda, mas não aceita ninguém abaixo dele Mas como é que ele vai tocar com uma anta que abaixo dele pouco sabe e muito teme? Que acredita que é importante a coordenada, também a bomba para tudo explodir Que se receita com a saúde da doença que se destrói também repensa o existir? Você quer tocar na minha banda e eu não sei nem como te dizer Que eu sou um cara desgarrado que constrói pra poder se destruir Sem destruição não existe nenhum caco e sem o caco não dá pra colorir Se remontando pedaço por pedaço, eis a música que eu quero mostrar a ti Você quer tocar na minha banda, mas só fica dentro desse compasso E eu sei que o que eu posso aprender é igual ao nó do meu cadarço Que se enlaça nos tropeços dos meus passos endividados no boteco do prazer Numa dívida da dúvida embriaguez que insisto e compro no boteco do pecado Você quer tocar na minha banda dentro dessa escala do dó, ré, do mi E eu quero desfazer o combinado com a certeza a ser refeita no porvir O que eu gosto é da sorte no palheiro e dessa fórmula que nunca compreendo Quero essa luz que me instiga o tempo inteiro Se refazendo e construindo-se em remendos