Esse grito escondido, marcas, traços e atritos Que desabam nesse peito e não encontram esse chão Esse todo de partidos que se mostra tão ambíguo Nessa busca tão maldita, tão querida que é o amor Com promessas de remendos, de recortes e castigos De desejos tão sem nome, tão famintos e tão vãos Nesse sorriso de feridas que cura o amor que dói sem fim A plenitude não se finda, caminha em busca do total Ao nos salvarmos do perigo, vemos o amigo que é do mal Que só transita às escondidas fazendo o amar ser tão fatal Mas os sonhos que se expiram e se mostram tão antigos São apenas o porvir de um depois que já passou Se esse tempo então se marca num passado tão pra frente Eu só posso ter na mente que o futuro é ancestral E as sombras que se somam, e os versos que ecoam O amanhã é a semente desse agora que não estou O tempo insiste não termina, o que fazemos é um borrão É a nossa obra o que anima, mas que reclama conclusão E o que foi ontem revisita, cobrando ajustes, revisão Mudando agora o que antecipa posteriormente o que passou E a falta desse norte, esse abrigo de abismo Que também nos corta a trama e nos mostra o que não tem Essa calma que é rompida, nessa guerra que anima Nesse quadro indefinido que nos faz gritar além Que revela o escondido, que esconde o que é visto Nesses lados que nos pomos protegidos, tão sem lar Em meio a esse labirinto somos a sorte e o azar O sonho que tanto fascina, nos salva e volta a naufragar Ao ter certeza, temos risco; ao ver a ordem, vemos caos Pois tudo que beija o esquisito paquera tudo que é normal